A obesidade é uma doença muito comum na atualidade e pode ser causada por fatores genéticos e/ou ambientais. Nota-se que pais obesos possuem maior chance de terem filhos obesos, contudo não é certo se a genética é o principal fator que aumenta essas taxas, uma vez que pais e filhos costumam compartilhar hábitos alimentares e realizar atividades físicas semelhantes.
O imprinting metabólico se define como a relação entre a experiência nutricional na fase de desenvolvimento ou nos primeiros anos de vida de um indivíduo com uma predisposição de doenças durante sua vida adulta.
Uma pesquisa realizada por Ravelli et al. submeteu jovens de 19 anos a uma fase de escassez nutricional durante a fase intra-uterina. No estudo foram separadas mães que foram expostas a tais condições nos dois primeiros trimestres da gestação e outras que foram expostas no último trimestre. Os resultados mostraram que os filhos que foram submetidos à escassez nos primeiros estágios da gravidez apresentaram uma taxa de 80% maior de sobrepeso do que os filhos que não foram submetidos a tais condições.
A privação nutricional durante os dois primeiros trimestres, ocorreu durante um período crítico de formação do hipotálamo, responsável, entre outras funções, por regular o apetite. Já, os indivíduos que sofreram de carência nutricional durante o último trimestre de gestação ou nos primeiros meses de vida, promoveu um sobrepeso de 40%, pois ocorreu em uma etapa crítica da replicação dos adipócitos.
Além disso, hábitos alimentares infantis podem influenciar na etapa adulta do indivíduo, uma vez que crianças geralmente preferem sabores açucarados e rejeitam os ácidos e amargos. Neofobia também pode ser um problema, pois há uma tendência à rejeição de novos sabores. Um fator importante na aceitação de novos sabores, e assim uma alimentação mais balanceada, é a oferta do leite materno para a criança.
O gosto do leite materno é influenciado pela alimentação da mãe, portanto se a mãe possui uma nutrição rica e variada, ela poderá apresentar diferentes sabores no seu leite gerando uma maior receptividade da criança em diversos alimentos.
Considerando esses aspectos, é importante uma vasta alimentação desde a gestação até os primeiros anos de vida da criança para que sejam reduzidas suas chances de obesidade na fase adulta.
Luana Lima Alves e Marina Minari R. de Carvalho
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n1/v80n1a04
Luana Lima Alves e Marina Minari R. de Carvalho
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n1/v80n1a04
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